Vejo-te a ti
No meu coração
És aquela que
Toca a música
Chamada Amor
És aquela
Que me faz vibrar,
Que me faz estremecer,
Viver e aprender.
És a minha musa inspiradora
És a fonte da minha vida, do meu ser,
Obrigado por seres quem és.
Ricardo Vieira
Há uns meses alertei aqui que o prolongar da crise económica da última década em países como Portugal e a Itália poderia aumentar a tentação de optarmos por soluções mais populistas (não necessariamente as mais indicadas a nível económico) para tentarmos resolver os nossos problemas. Dentro destas saídas mais populistas, encontra-se uma eventual saída do euro. Já analisei aqui os custos e as vantagens de uma tal decisão. No entanto, para quem tenha a aspiração de voltarmos ao escudo, vale a pena recordar dois números:
_ a dívida externa bruta de Portugal já ultrapassou os 500 mil milhões de euros (cerca de três vezes o PIB nacional)
_ a dívida pública directa (70%-80% da qual é detida por estrangeiros) já ronda os 90%. E, se somarmos a dívida das empresas públicas e os encargos previstos com as parcerias público-privadas, a dívida pública total já ultrapassou os 120% do PIB.
Com este nível de endividamento, sair do euro para desfrutar das desvalorizações de um novo escudo seria um autêntico suicídio económico e um passo de gigante para a bancarrota do país. Porquê? Porque a nossa dívida externa tornar-se-ia ainda mais insustentável, e, ainda por cima, não teríamos mais o apoio ou a tolerância dos nossos parceiros. europeus Por isso, quem tiver qualquer veleidade em sair do euro, é melhor que primeiro tenha um programa de saneamento das contas públicas nacionais, bem como um plano para fazer diminuir a nossa dívida externa. O problema é que, quando tal acontecer (i.e., quando conseguirmos resolver os desequilíbrios das nossas finanças públicas e diminuir o peso da dívida externa), os benefícios de uma saída da moeda única talvez já não sejam tão evidentes.