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Vejo-te a ti No meu coração És aquela que Toca a música Chamada Amor És aquela Que me faz vibrar, Que me faz estremecer, Viver e aprender. És a minha musa inspiradora És a fonte da minha vida, do meu ser, Obrigado por seres quem és. Ricardo Vieira
Terça-feira, 27 de Outubro de 2009

Valorização do Euro face ao Dólar

Uma "volatilidade excessiva" das taxas de câmbio terá consequências negativas para a estabilidade económica, alerta Trichet.

Nos últimos seis meses o euro já valorizou, aproximadamente, quase 20% face ao dólar. A desvalorização estará, aparentemente, relacionada com as diferenças de cenário económico e de política monetária, agravados pelo clima de instabilidade financeira e aumento do grau de aversão ao risco. Justamente a estes factores, encontra-se a manutenção de um diferencial positivo de taxas de juro face às demais economias mundiais, que também estará a provocar a valorização progressiva do Euro nos mercados cambiais.
Esta situação preocupa muitos entendidos em Economia, nomeadamente os ministros das Finanças da Zona Euro e o Banco Central Europeu (BCE), pois altera as frágeis perspectivas de retoma da economia europeia, amplamente assentes na recuperação das exportações que ficam, assim, automaticamente mais caras e, portanto, menos competitivas no mercado mundial. Assim, torna-se evidente que será necessário que os valores do dólar voltem a níveis consistentes com a importância relativa da maior economia mundial – a dos Estados Unidos. Por outro lado, a valorização do euro pode ter um efeito positivo nas áreas em que fazemos importações em dólares, como acontece na energia, com o petróleo ou mesmo com os cereais, devendo-se ter em atenção que este efeito seguidamente poderá perder credibilidade uma vez que os mercados poderão se ajustar rapidamente, pois "uma boa parte dos interesses dos países exportadores está centrado na Europa".
Em Portugal, note-se que, os efeitos nos dias de hoje são relativamente pequenos comparativamente aos efeitos na época em que usávamos o escudo. Mesmo na Zona Euro a valorização do euro acaba por ser pequena uma vez que a opressiva maioria do nosso comércio internacional é realizado dentro da Zona Euro. Contudo, nesta situação, para Portugal, depois dos problemas no sector bancário e nos riscos à sua solvabilidade, depois da consequente restrição na concessão de crédito à economia, e depois do colapso ao comercio externo, será ainda mais difícil corrigir o desequilíbrio da balança comercial, e de melhorar a situação económica do pais.
Um outro ponto importante nesta análise da valorização do euro está relacionado com os investimentos. Na hora de investir em território norte-americano, ou em qualquer país que esteja ligado ao dólar, os europeus ficam a ganhar com a descida dessa moeda, pois passa a ser mais barato. O reverso é que captar investimentos para a zona euro também se torna mais complicado já que, para empresas e investidores estrangeiros, é mais caro. O turismo é outro sector afectado: as viagens aos países associados ao dólar são mais baratas, mas cativar turistas para a zona euro torna-se uma tarefa mais difícil. Contudo, na área de investimentos financeiros, como aplicações, poderá ser mais vantajoso os investidores e empresas norte-americanas investirem na zona Euro, consoante a taxa de juro, obtendo lucros superiores aos que poderiam obter em território nacional, pelo que cabe ao BCE a gestão eficiente dos valores das taxas de juro.
Com tudo isto, as expectativas são de que o euro continue a valorizar face ao dólar nos próximos meses, mas a ritmos relativamente pequenos, não chegando a alcançar um novo máximo histórico (1€=$1,5991). Um sistema cambial sólido e estável, com os nossos parceiros detentores das principais moedas, é de interesse comum: queremos um dólar forte, precisamos de um dólar forte.
 

publicado por Ricardo Vieira às 22:52
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Segunda-feira, 26 de Outubro de 2009

A Economia Verde

 

Há 5 anos, a energia e o aquecimento global eram uma questão entre outras. Hoje, são «a questão». A energia e o aquecimento global condicionam o equilíbrio do planeta em que vivemos. A competitividade dos países. As relações de força entre os Estados. O orçamento das famílias.”. [1] Assim começou a intervenção do ex-ministro da Economia e Inovação, Dr. Manuel Pinho numa conferência de Lisboa sobre energias renováveis e inovação, em Setembro de 2008.
Numa altura em que as decisões para o sector de energia são imperativas, nomeadamente para o futuro das energias renováveis em Portugal, coloca-se a necessidade de analisar a estratégia actual do país na reflexão das diversas temáticas fundamentais para a sustentabilidade do sector e das suas empresas.
Sem dúvida que Portugal deu um salto de gigante na investigação e desenvolvimento de novos desafios tecnológicos, tendo sido o sector do ambiente, nomeadamente o das energias renováveis a forte aposta do Governo. Contudo, infelizmente esse salto não é ainda sinónimo de competitividade, e continuam a ser apenas as grandes empresas os maiores investidores em inovação.
A Galp Energia, a EDP[2], a Efacec, a Deimos, a Agni, a REN e o grupo Martifer são algumas das empresas que aquiesceram com o programa MIT-Portugal[3], na área dos Sistemas Energéticos Sustentáveis. Nestes “gigantes” portugueses[4] estão a ser realizados avultados investimentos na área do ambiente, que apostam fortemente nas novas tecnologias, abrindo uma janela (não uma porta!) de oportunidades para o desenvolvimento de variados projectos de inovação.
Contudo, e apesar de se ter verificado uma evolução bastante positiva nos últimos anos, a inovação continua a não ser um factor crítico para a melhoria da competitividade do tecido económico nacional, sobretudo ao nível das PME e, para esta falta de competitividade contribui, nomeadamente, o afastamento da investigação centralizada nas universidades e entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional, que se manifestam longe do mundo empresarial. Isto talvez porque se despoletou uma desconfiança mútua nas respectivas capacidades. Para além disso, o tecido empresarial nacional não sabe aproveitar convenientemente o conhecimento gerado pelo sistema de Investigação e Desenvolvimento Português. É portanto urgente uma mudança já que os resultados são extremamente escassos quando medidos em termos de competitividade. É necessário que se dê um passo absolutamente necessário e fundamental para a criação de um mercado sustentável onde as empresas portuguesas pudessem surgir como referências mundiais.

 
 
[1] Intervenção do Ministro da Economia e da Inovação na Conferência de Lisboa sobre energias renováveis e inovação, organizada pelo Ministério da economia e da Inovação, a 16 de Setembro de 2008

[2] A EDP tem em curso um conjunto alargado de projectos, entre eles o projecto "Ondas de Portugal", que surge como veículo para materializar uma visão de tecnologia aberta no sector da energia. A iniciativa está ainda em formação de consórcio investidor e visa, na primeira fase, a implantação de três a quatro projectos de demonstração de tecnologia de energia das ondas. In Revista Água & Ambiente, 1 de Agosto 2009

[3] http://www.mitportugal.org/programs/sustainable-energy-systems.html
 
[4] Através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 14/2003, de 5 de Fevereiro, decidiu o Governo que às assembleias-gerais das empresas do sector energético que tenham participação significativa do Estado fossem propostas orientações estratégicas que consagrem uma reorganização do sector, coerente com os objectivos de racionalidade, de eficiência e de criação de valor para os accionistas no quadro dos mercados ibérico e europeu da energia. Da mesma forma designou como encarregado de missão junto dos Ministros das Finanças e da Economia o engenheiro João Talone, com o mandato de propor as linhas de reorganização do sector energético, a política de alianças empresariais, bem como a estruturação das operações que as permitam concretizar.
publicado por Ricardo Vieira às 16:09
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Sexta-feira, 23 de Outubro de 2009

Cada vez mais Pobres?

A pobreza representa uma privação do direito básico de cada indivíduo participar plenamente na vida social, económica, cultural e política da comunidade em que se insere - Nuno Alves

Nas últimas semanas, vários noticiários falaram da pobreza “envergonhada”. Um novo tipo de pobreza que se denomina desta forma pelo facto dos indivíduos tentarem ocultar a situação precária em que se encontram. A maioria destes novos pobres corresponde a indivíduos que viram a sua estabilidade financeira e familiar dissipada pelo desemprego.
Com o agravar da crise em 2008, verificou-se que a taxa de desemprego continuou a crescer desde o segundo trimestre de 2008 (7,3%) e atingiu, no mesmo período deste ano, 9.1%. Assim, estima-se que a população portuguesa desempregada atinge os 507.7 mil indivíduos. O contínuo aumento do desemprego está a contribuir, significativamente, para o aumento da pobreza das camadas sociais.
Perante este cenário, o Governo maioritário de Sócrates decretou o plano anticrise em Dezembro passado. Um conjunto de medidas, no valor de cerca de 1,165.7 milhões de euros, financiados pelo Orçamento de Estado, para atenuar os efeitos nefastos da crise na economia bem como no bem-estar da população. O aumento do défice para 5.9% reflecte o impacto deste plano nas contas públicas. Não podemos esquecer que o limite máximo imposto pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento da União Europeia é de 3%, mas devido às particularidades desta recessão de carácter internacional foi permitido desrespeitar essa condição.
Até Setembro deste ano, foram gastos aproximadamente 500 milhões de euros pelo plano, dos quais 123,8 milhões serviram para financiar medidas de apoio ao emprego e de reforço do apoio social.
As medidas de carácter social consistem: i) na defesa dos consumidores de crédito à habitação – foi criado o Provedor do Crédito, uma autoridade pública, para garantir que os encargos das famílias com a habitação diminuam face a uma descida das taxas de juro; ii) no apoio às famílias, na protecção do seu património – ajuda no pagamento de empréstimos para habitação própria, através da redução de 50% da prestação, e em que pelo menos um dos membros do casal esteja desempregado há mais de 3 meses. Foi criada uma moratória nas prestações de crédito, se for requerida até ao final deste ano pode-se estender por mais 2anos; iii) no apoio às famílias, na acção social escolar – alunos que beneficiem do abono de família e tenham um dos pais no desemprego, há mais de 3 meses, passam a ter 100% dos apoios; iv) Por último, medidas de apoio aos idosos nas despesas com a saúde – as pessoas que tiverem pensões inferiores ao salário mínimo nacional têm direito ao dobro da comparticipação específica, que acresce ao regime geral. No incentivo ao emprego, as empresas podem beneficiar da “isenção do pagamento das contribuições para a segurança social a seu cargo, durante 3 anos, ou, em alternativa, ao apoio directo à contratação no montante de 2.000 euros em acumulação com a isenção do pagamento de contribuições a seu cargo pelo período máximo de 2 anos” e duma redução de 50% da taxa contributiva na contratação de indivíduos desempregados. As micro e pequenas empresas “têm direito à redução de 3 pp. na taxa contributiva a seu cargo em relação aos trabalhadores com 45 anos ou mais anos de idade ou que os completem durante o ano de 2009”.
Mas estas medidas serão eficazes na protecção das famílias face à pobreza eminente? De acordo com os resultados provisórios do Inquérito às condições de Vida e Rendimento realizado em 2008, sobre rendimentos de 2007, pelo Instituto Nacional de Estatística, o risco de pobreza da população residente em Portugal era de 18% (próximo da média da EU-27 que se situa nos 17%). Verifica-se também que o impacto das transferências sociais, excepto pensões, na redução da taxa do risco de pobreza foi cerca de 6 pp.
Todas estas iniciativas permitem que a economia não desça para níveis ainda mais baixos, a fim de tentar controlar situações inéditas, como é o caso do crédito malparado - analisando dados do Banco de Portugal, verifica-se que o crédito malparado das famílias teve um aumento recorde de 36.6% e o das empresas 56.8%, em Fevereiro deste ano, relativamente a 2008.
Para que seja menos difícil a recuperação da crise, é necessário que o bem-estar da sociedade seja estável favorecendo a confiança no sistema. As famílias são agentes económicos importantes e necessários para dinamizar a economia, principalmente através do consumo e da poupança, por isso, a implementação de medidas sociais excepcionais, no curto-prazo, certamente irá ter impacto positivo na economia, ajudando as famílias a suportar o drama do desemprego e da pobreza.
publicado por Ricardo Vieira às 20:44
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Quinta-feira, 22 de Outubro de 2009

Combate ao desemprego como prioridade

A economia continua a dar sinais de degradação, sem conseguir criar ofertas de emprego. Segundo o prémio Nobel da Economia, Joseph Stiglitz, o desemprego vai continuar a aumentar e que os ganhos nos mercados accionistas apontam uma “irracionalidade exuberante” dos investidores em relação à recuperação económica.
No segundo trimestre de 2009 a taxa de desemprego registada em Portugal foi de 9,1%, sendo que no primeiro trimestre tinha sido de 8,9%, é de notar o valor registado em Espanha, um dos principais parceiros comerciais de Portugal, sendo este de 18,3%, o que pode condicionar a recuperação económica portuguesa, se isso se traduzir numa diminuição das exportações como se tem verificado. Já na Euro área segundo informações de 1 de Outubro de 2009, a taxa de desemprego em Agosto foi de 9,6%.
Podemos relacionar estes valores com a curva de Phillips (que expressa um trade-off entre inflação e desemprego, que permite analisar a relação entre ambos, no curto prazo), já que os valores registados para a inflação em Portugal têm sido decrescentes (em Setembro a inflação anual registada foi de -0,3%), quando o desemprego está a aumentar.
Segundo estatísticas do Banco de Portugal, no segundo trimestre deste ano havia cerca de 507,7 milhares de desempregados, sendo que destes 49,8 estavam na situação de procura de primeiro emprego e 457.9 milhares à procura de um novo emprego. É de notar que a taxa que atinge os jovens até aos 24 anos assume valores assustadores, há já alguns anos ficando nos 18,7% no segundo trimestre de 2009, sendo que 2 em cada 5 beneficiários do Rendimento Social de Inserção têm menos de 19 anos, os beneficiários do RSI aumentaram de 346 mil no primeiro semestre de 2008 para 385 mil em período homólogo de 2009, um crescimento de 11,3%, valores que podem ser explicados não só pela conjuntura económica mas também pelos empregos instáveis e a baixa qualificação dos portugueses.
Apesar da taxa de desemprego se situar em valores elevados, os indicadores de clima económico e de confiança dos Consumidores tem vindo a aumentar em Portugal, assim como na União Europeia (UE27), as opiniões dos empresários dos principais países clientes de Portugal sobre a evolução das suas encomendas contribuíram significativamente para o ligeiro movimento ascendente, assim como a evolução da situação económica do país.
O PIB português diminuiu, em termos reais 3,7% no segundo trimestre de 2009 face ao período homólogo, embora no trimestre anterior este valor foi ainda mais negativo (-4,0%). Para esta diminuição contribuíram as despesas de consumo final das famílias, em bens de consumo duradouro que fazem com que o consumo privado tenha recuado 15,5%, já que a maioria das famílias não possuem rendimentos para fazer investimentos. Claro está que o combate ao desemprego deve ser uma prioridade de qualquer governador, contribuindo assim para aumentar não só a riqueza e “auto-estima” das famílias, mas sobretudo aumentando a riqueza e desenvolvimento pessoal e tecnológico de toda a economia.

publicado por Ricardo Vieira às 20:38
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Quarta-feira, 21 de Outubro de 2009

PORTUGAL NA MIRA DE BRUXELAS!

INE aponta para um buraco de 5,9% das contas públicas e Comissão Europeia abre procedimento de “défice excessivo”.

O Instituto Nacional de Estatística enviou no passado dia 28 de Setembro para o Eurostat a segunda notificação de 2009 relativa ao Procedimento dos Défices Excessivos que, em Novembro, será aberto. Ora, esta situação era mais que esperada, tendo em conta a última previsão que apontava para um défice das contas públicas de 5,9% e a dívida pública de 74,5%.
Praticamente todas as economias europeias foram afectadas pela actual crise económica e, naturalmente, as derrapagens orçamentais foram inevitáveis. No presente ano, catorze dos vinte e sete países da União Europeia irão ultrapassar o limite de 3% imposto no Tratado de Maastricht para o défice orçamental.
Numa primeira fase, não haverá penalizações. Bruxelas irá colocar Portugal e os demais países sob “vigilância orçamental” e, a breve prazo, avançar com algumas medidas com vista ao cumprimento das regras estabelecidas no Pacto de Estabilidade e Crescimento. Desta feita, o Governo terá de negociar o regresso faseado ao equilíbrio nas contas públicas.
Numa breve análise à notificação relativa ao Procedimento dos Défices Excessivos, facilmente se verifica que, em 2005, aquando da entrada no Governo do Partido Socialista, a situação económica portuguesa era desastrosa. A partir daí, o Governo do engenheiro José Sócrates definiu como prioridade número um o combate ao défice. Esta meta foi inúmeras vezes considerada uma obsessão mas o que é facto é que os resultados foram notados.
No final de 2008, com o rebentar da crise, a prioridade “défice” foi esquecida e iniciou-se um conjunto de medidas para estimular a economia, nomeadamente a segurança no sistema financeiro e o apoio a empresas e famílias.
No caso português, o resultado foi um regresso à situação de incumprimento, ou seja, o défice apontado para o final de 2009 ronda os 5,9% e, na pior das hipóteses, 6,5% (valor revelado pelo Boletim de Primavera da Comissão Europeia).
Nos finais de Setembro do corrente ano, quer o INE quer o Eurostat revelaram que os indicadores de confiança e do clima económico têm mantido uma trajectória de crescimento. No caso dos dados do Eurostat, é possível observar que nos 16 países da zona euro o índice de confiança continuou a subir, em Setembro, pelo sexto mês consecutivo, embora continuasse bastante abaixo da média dos últimos 20 anos.
Face a estes pequenos sinais de melhoria das condições económicas (-0,8% em 2009 e 0,3% em 2010) e desta recente tomada de posição da Comissão Europeia, muitos falam em “retirada de incentivos” às economias… Mas, será isto razoável?
O que é facto é que o Banco Central Europeu já recomendou aos governos a necessidade de assegurar um regresso às políticas de consolidação orçamental e de controlo do défice sem, no entanto, recorrer a aumentos de impostos e/ou de contribuições sociais. Ao encontro desta posição do BCE, a Organização para a Coordenação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), vieram defender o planeamento de uma estratégia a nível global de retirada dos incentivos à economia.
Face à actual conjuntura económica, a questão que se coloca é: “qual o momento certo para retirar os apoios dados às economias?” Por um lado, retirá-los demasiado cedo irá, com certeza, comprometer a recuperação económica, uma vez que os indicadores de melhoria se encontram demasiado ténues. Por outro lado, há quem ponha a hipótese de que fazê-lo demasiado tarde poderá implicar um crescimento da inflação. Mais uma vez, perante os actuais números previstos para a inflação (-0,5% em 2009 e 1,3% em 2010), não serão estas preocupações infundadas?
Muito recentemente, o governador do Banco de Portugal veio alertar sobre os riscos para o crescimento da economia, caso haja uma retirada prematura de qualquer “estímulo orçamental”, pondo em perigo a possível retoma económica. Agora, ao governo minoritário do engenheiro Sócrates caberá a dupla tarefa de consolidação e, ao mesmo tempo, de definição do momento certo para iniciar a retirada dos incentivos à economia sendo que, no caso português e, analisando os valores previstos para o PIB e inflação, pensar em fazê-lo antes do 2011 parece demasiado prematuro. Assim sendo, parece-nos que a saída da crise nacional e internacional será lenta e prolongada.
 

publicado por Ricardo Vieira às 22:04
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Terça-feira, 20 de Outubro de 2009

Sobre as alterações das regras do crédito

Se os custos operacionais da banca aumentam em virtude das recentes alterações na regulação é verdade esses custos tendam a ser, pelo menos em grande parte, repercutidos sobre os clientes, eventualmente sob a forma de spreads mais elevados. São como disse o mediador do crédito as "regras do jogo" normais numa economia de mercado. Essa conclusão assenta contudo numa hipótese de concorrência perfeita que pressupõe transparência nos mercados.

Ora, as medidas concretas em apreço destinam-se a aumentar a informação dos consumidores e isso pode ter um efeito positivo sobre o grau de concorrência que, para os consumidores, pode mais do que compensar o aumento dos custos. Claro que se assim for significa que os lucros dos bancos são afectados.

Pessoalmente, arriscaria que qualquer dos efeitos deverá ser muito pequeno, mas depois de ver as declarações do presidente da APB não pude deixar de pensar que a reacção talvez indique que a medida é afinal positiva.

Parece-me, no entanto, que Fernando Ulrich pode ter razão quando considera que os limites às comissões na amortização do crédito de taxa fixa podem condicionar a oferta de produtos de crédito de taxa fixa, aspecto que talvez mereça análise mais cuidada.

publicado por Ricardo Vieira às 21:29
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Segunda-feira, 19 de Outubro de 2009

Leiam.

Recebi este e-mail de um amigo meu e gostaria de o expor ao publico, não tenho a intenção de provocar o povo brasileiro, mas entendi que o devia de expor. Se houverem comentarios e se me pedirem para retirar o post assim o farei no fim do dia de hoje.

 

Cara Maitê,

Acabei de ver o teu vídeo a pedir desculpa aqui à malta de Portugal!!
Tudo jóia miúda.. já vi que és uma garota "légál" e brincalhona, por isso, sei que não levas a mal se te tratar por tu...já somos amigos!!
Sabes que há uns anos atrás, quando te vi pela primeira vez, soube logo que tu tinhas dois avôs portugueses!! Essa tua beleza tinha de vir de algum lado né?
Neste momento sinto-me envergonhado de nós (Portugueses) termos ficado tão ofendidos com aquele documentario!! Afinal de contas, o pessoal brazuca é show de bola.. é sempre em festa!! Qual é o problema de um grupo de brasileiras brincarem e gozarem com "gajos" como o Camões e o Vasco da Gama, escarrar para um lago de um Mosteiro que é património mundial, deitar a baixo uma pessoa que não sabia resolver um problema no computador, que pelo que entendi, tu também não sabias resolver ... qual é o stress?? Na boa, tudo "légál", show de bola garota...

Sabes o que me lembrei???
Até era giro a malta combinar, tu falares com esse teu amigo camera man e fazemos o seguinte: Eu levo daqui o Rui de Carvalho (um conceituado actor aqui de Portugal) aí ao Brasil e a malta faz um filme caseiro com este guião:
1º Filmamos o Rui a mijar para os pés do Cristo Redentor e a fazer um V de Vitória como que a afirmar : "estou-te a mijar para os pés e tu não podes fechar os braços para me impedir... estás a ver quem manda ó 7ª maravilha do mundo??"
2º Outra imagem era o Rui num restaurante a fazer o seguinte pedido: "Oh garçon, arranja-me aí uma dose de Presidente recheado com arroz de coentros (caso não tenhas entendido ele iria pedir Lulas recheadas)..."
3º Também era "légál", o Rui gozar um bocado com a vossa história, mas infelizmente, não vai dar porque não é fácil encontrá-la... Espera lá! Já sei... arranjamos um barco e o Rui veste-se de conquistador Português a desembarcar no posto 9 em ipanema gritando o seguinte: "quem sois vós minhas popozudas de fio dental?? e vós seus boiólas de sunga?? Que estaides a fazer assim vestidos na terra que eu descobri??? ide-vos vestir e de seguida ide trabalhar para os campos a apanhar cana de açúcar que é para isso que vocês servem!! (esta é show, não é Maitê??)
4º Para acabar, o Rui faz um discurso à frente da estátua do Pélé a dizer: "sabem para que é que este "preto" era bom?? para limpar os escarros que os vigaristas dos brazucas mandam para os lagos dos nossos mosteiros lá em Portugal!"

Vôcê curtiu a ideia Maitê??? Pensei que seria falta de respeito e de educação fazer uma coisa deste género de um país que não é o meu, mas afinal, é uma coisa normal como tu dizes.. é brincadeira.. isto há brincadeiras do carago (como se diz no norte cá da terra)!

Ah é verdade... muito importante...Depois vendemos isto à rede Globo e eles transmitem isto em horário nobre... Aposto que o Brasil vai ficar inundado em lágrimas de tanto rir!! Afinal de contas como tu disseste, o povo brasileiro, é muito brincalhão! De certeza que vai aceitar que um "manézinho" vá aí à tua terra gozar com a tua pátria!!

Um beijo pá..

E aparece mais vezes cá em Portugal. Tenho uma brincadeira que adorava fazer contigo, mas não te conto agora... pronto está bem, eu conto... era esfregar 3 pasteis de nata (aqueles que tu comeste) na tua cara!! Deve ser mesmo o teu género de brincadeira... afinal de contas tu és tão bem humorada! É verdade, traz as tuas amigas do programa porque há pasteis para todas!!

Comprovem os factos http://www.youtube.com/watch?v=QnrVZkKOOt0

Beijos pá

Frederico

Nota: Usei o nome de Rui de Carvalho sem qualquer desrespeito à sua pessoa, antes pelo contrário, é um símbolo do nosso país daí ser a pessoa exacta para ironizar esta situação.

publicado por Ricardo Vieira às 09:24
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Terça-feira, 13 de Outubro de 2009

O Porquê de não se baixar os impostos?

 

Ultimamente temos ouvido falar se devemos fazer ou não baixar os impostos para termos uma economia mais competitiva face ao estrangeiro e também face à EU, os paridos têm pegado muito nesta matéria para combater no debate politico sobre a economia nacional, os partidos de direita defendem que os impostos não devem ser diminuídos devido à actual decadência das receitas estatais e também devido à dadiva de subsídios às empresas entre outros motivos, já os partidos mais à esquerda e até mais radical defendem que devemos baixar os impostos e em alguns casos até mesmo aboli-los, nomeadamente, o imposto especial por conta e o IRC, na opinião de muitos economistas essencialmente os mais conceituados da nossa sociedade dizem que uma baixa nos impostos seria fatal para a nossa economia, ora vamos lá explicar isto.
Todos sabemos que o Estado vive com as receitas efectuadas ao longo do ano civil, receitas essas que vêm de várias fontes como impostos, negócios estatais, venda de património, juros recebidos dos créditos que fazemos a África, etc.
Mas na actual conjuntura que vivemos esta não permite que se faça a baixa de imposto. Porquê?
Pois se o Estado está a dar bastantes ajudas financeiras às empresas e facilidades de pagamento, não pode baixar as suas receitas, para terem uma ideia as previsões do Banco de Portugal, do Estado, do FMI, da EU de outras entidades mundiais e nacionais dizem-nos que no nosso PIB caiu demasiado e que teremos cerca de 7,2% de défice orçamental, muito acima da meta estipulada da EU de 3%, já para não falar do desemprego, mas este ano foi excepção devido à crise mundial.
O que fazer, então?
Devemos fazer o possível para aumentar a produtividade nacional comprando produtos nacionais e não internacionais ou vindos da Ásia, até podem ser mais baratos mas penso que será mais eficaz dar mais dinheiro mas sabendo que o lucro ficou no nosso país e não vai para os países de leste e oriente. Daí consumirmos produtos nacionais, devemos aumentar a poupança e ser os mais correctos possíveis nas nossas obrigações com as Finanças. Não devemos acomodarmos em casa com o rendimento social de inserção e/ou com o subsidio de desemprego, porque estes foram feitos para um curto espaço de tempo e não para durar anos!
Devemos aumentar as nossas qualificações e habilitações para estarmos mais preparados para a nova ordem mundial, que tende em aparecer, para que possamos responder as questões de uma sociedade evoluída e mais exigente, aderência as novas tecnologias são um grande passo e uma grande conquista no nosso mundo actual e que devemos aproveitar, até o próprio Magalhães por mais “acanalhado” que seja é um investimento em tecnologia nacional em inovação e em produtividade nacional, isto sim é por a economia a mexer.
São pequenas coisas que podemos fazer ao longo de um ano e ao longo da vida que nos ajudam sempre. Todos sabemos que a divida publica ao exterior é superior a 100% do PIB, isto é, temos de trabalhar um ano completo para pagarmos a divida ao exterior e não podemos gastar mais nenhuma moeda que seja em saúde, educação, etc., e para terem uma ideia cada criança que nasce em Portugal já tem uma divida de 1300 euros, é a estimativa do Estado.
Por isso pensemos bem no que fazemos.

 

 

 

Ricardo Vieira

 

publicado por Ricardo Vieira às 21:35
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Segunda-feira, 12 de Outubro de 2009

A longa agonia dos certificados de aforro

Temos acompanhado a novela dos certificados de aforro por aqui ao longo dos últimos anos. Há uns meses contudo que deixou de ser notícia no Economia & Finanças, afinal tudo isto é triste (saídas líquidas de capital atingem os 51 milhões de euros em Setembro), tudo isto existe (depósitos com remunerações que mais que duplicam o retorno dos certificados), tudo isto é fado.
Por estes dias, as instituições financeiras vão compondo o ramalhete de oferta dos depósitos a prazo com bonificações sobre a taxa de referência de mercado enquanto os certificados se mantêm agarrados a uma inflexibilidade trágica porque desenhada num patamar pouco competitivo, isto depois de um período de turbulência lesivo da confiança neles depositadas. 

Saberá o Estado o que faz? Será inteligente desprezar esta forma de financiamento da dívida pública? Ou o objectivo era aceitar a progressiva erosão da base de aforradores enquanto, de caminho, se vendia gato por lebre, oferecendo uma remuneração bem abaixo da paga em empréstimos e outras opções de titularização da dívida do Estado?

Não sendo irrelevante para o contribuite eleitor, esta questão deve interessar pouco ao pequeno aforrador. O medo de depositar economias num produto inequivocamente conservador e seguro como um depósito a prazo já lá vai e a perspectiva de assegurar nos primeiros anos um retorno muito superior, nalgumas situações mais de duplo face aos certificados, deixam pouca margem para dúvidas quanto à opção a seguir para maximizar o retorno do capital com baixo risco.

Que descansem em paz, certificados da série C e… bons negócios.

publicado por Ricardo Vieira às 23:12
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Sábado, 10 de Outubro de 2009

Que futuro nos espera?

No ambiente de crise económica e financeira que Portugal vive desde 2001, o desemprego, pelo número de pessoas que engloba e por afectar individualmente e socialmente um país, torna-se numa questão primordial a ser debatida tanto a nível político como ao nível social. Nos últimos tempos, este tem sido o assunto que tem suscitado uma infinidade de debates. São os políticos a prometer um leque alargado de soluções e são as pessoas a ambicionar por medidas o mais rápido possível.
Para este ano, o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, compreendendo a situação débil que se vive, adoptou medidas temporárias de apoio e estímulo ao emprego. Estas medidas visam essencialmente os jovens à procura do primeiro emprego, os desempregados de longa duração e os trabalhadores precários.
Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas, no 2º trimestre de 2009 a taxa de desemprego foi de 9,1%, mais 1,8 pontos percentuais que no trimestre homólogo, tendo-se ultrapassado a barreira dos 500 mil desempregados no mês de Agosto. São números muito impressionantes. Só na faixa etária de 15-24 anos, no 2º trimestre de 2009, registou-se 18,7% dos desempregados, sendo 17,5% com o ensino superior.
É certo que a recessão económica mundial está a afectar todos os grupos etários, mas são os jovens que estão a ser mais afectados, na sua maioria jovens que ainda não tiveram nenhuma experiência profissional. Segundo o Relatório da OCDE, “Education at a Glance”, com dados de 2007, Portugal é o país onde o desemprego de jovens qualificados é mais elevado, afectando cerca de 51 % dos jovens com o ensino superior e com idades compreendidas entre os 24 e os 34 anos, sendo a média dos países da OCDE 42 %. Por outro lado, se alterarmos o nível de ensino de superior para inferir ao secundário e mantivermos a faixa etária, verificamos uma subida considerável de 11 pontos percentuais (61 % em Portugal), contra os 55 % da média da OCDE. Em Espanha o peso do desemprego de longa duração para jovens universitários com a mesma faixa etária é de 39 % enquanto a taxa de desemprego para jovens sem o ensino secundário é de 42 %.
Neste relatório, verificou-se que na média dos países da OCDE, o desempregado que tem maiores qualificações tem maior probabilidade em conseguir emprego, em relação ao resto da população. Aliás, ter o secundário completo reduz em 6,7 pontos percentuais o risco de desemprego para quem tiver entre 20 e 24 anos.
São números que nos perturbam e que nos fazem pensar a cada momento. Será que daqui a um ano engordarei estes números do desemprego? São perguntas que nós com o terminar da licenciatura nos colocamos.
Assim sendo, é cada vez mais importante apostar em benefícios, a serem concedidos às empresas, de forma a integrarem um maior número de jovens trabalhadores nos seus quadros, principalmente neste momento de crise mundial, tendo sempre por base a enorme necessidade de se continuar a investir na formação e na aprendizagem dos jovens de hoje, adultos do futuro.

publicado por Ricardo Vieira às 22:44
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